domingo, 23 de outubro de 2011

Severino Figueiredo da Silva (Biu da Serraria), 27 de abril de 1937 a 12 março de 1998.

 Seu Biu era natural do sítio Várzea dos Cavalos em Jericó, na época distrito do município de Pombal. Filho 2 º, do casal Eurípedes Figueiredo e dona Guiomar Pereira da Silva, numa prole de 03 filho,  José (Zé Pereira), Severino(Biu), e  Francisco(Galego, in memória, partiu vítima de enfarto). Ainda criança, Biu perdeu sua mãe, durante o parto do 3º filho(Galego), e 4 anos depois seu pai foi morar em João Pessoa, capital do Estado, por lá contraiu febre amarela e não resistiu, foi sepultado por lá. Seu Biu e os dois irmãos permaneceram em Jericó sob tutela dos seus avós paternos, seu Joaquim Pereira (Quinca Pereira) e Mãeíca, como era chamada.
Biu aprendeu o alfabeto em casa, passou poucos dias no aprendizado, por este motivo era considerado semi-analfabeto, pois sabia apenas assinar seu nome, e dominava muito bem a matemática com suas operações.
Homem simples e de coração grandioso, desde jovem sempre foi muito batalhador, seu carisma era indescritível, sua facilidade de fazer amigos o tornou muito conhecido e querido na cidade. Gostava de desenhar casas e arquitetar seus projetos sem nem ao menos ter cursado uma faculdade de arquitetura, ela aprendera a arte da carpintaria.
Em 1956, casou com Francisca de Sousa Silva (Dona Chiquinha) com quem viveu 42 anos. Juntos enfrentaram muitas dificuldades, mas conseguiram criar seus filhos, ele exercendo a profissão de carpinteiro e ela no lar.
Seu Biu da Serraria, em 1967 escolheu Pombal-PB para construir seu lar, iniciou o seu trabalho e zelou por carpintaria, que foi sua paixão até o dia de sua morte, pois adquiriu com seu trabalho, os seus bens, no meio destes, alguns imóveis alugados. A sua morada foi erguida próximo a Escola Mons. Vicente Freitas(antigo prédio do Colégio do Diocesano de Pe. Vicente e Cônego Luís Gualberto, vulgo, colégio Polivalente), e sua viúva permanece nesta casa, a qual era sempre cheia de amigos. Todos os dias seu lar recebia visitas, sempre repleto de alegria, fartura e comemorações.
            Ele confeccionava móveis para os diversos lares, cancelas para as propriedades e mesas da madeira bruta, com duração ilimitada (pois desde sua chegada por aqui algumas pessoas ainda possuem móveis fabricados por Biu da serraria). Construiu o seu prédio com suas próprias mãos, auxiliado por alguns amigos. Quando chegaram em Pombal, eles já tinham filhos, e Deusiene (In memória, sua filha caçula na época, partiu aos 5 anos de idade com problemas cardíacos).
No dia 01/01/1978 nasceu sua 10ª filha, mas no dia 08/01/1978 sua primogênita Cleunice, partia para a eternidade, durante uma cirurgia, na qual ela estava para dar a luz a duas crianças, que viriam a ser as primeiras netas de Biu e Chiquinha. Seria, isso porque, infelizmente nenhuma das duas sobreviveu. Para o casal veio 05 anos depois a caçula, Fernanda agora somando 09 filhos:  Zezinho, Doda, Nenêm, Nêgo (seu sucessor nos negócios), Diene, Aninha, Nega, Cleusidene e Fernanda Karla, todos educados com muito amor e dedicação sem falar nos netos e bisnetos.
Uma particularidade de Biu é o fato de que todos os domingos ele saia para pescar com os amigos e familiares, e quando a pesca era boa, dividia os peixes com toda a vizinhança. Já no Natal, os aniversários dos familiares e amigos era motivo de festa ele tinha carisma.
Uma das qualidades que possuia, era ser caridoso com as crianças. Qualquer criança que se aproximasse dele, já recebia brindes como um pão e/ou dinheiro, além de ajudar muito aos carentes. Por este motivo tantas famílias o tomaram por padrinho para os seus filhos.
Vítima do diabetes parou de trabalhar em meados de 1997, e após uma parada cardíaca, teve sua vida ceifada, sem espaço para despedidas.
A Severino (Biu da Serraria), o meu muito obrigado! A sua dedicação e empenho na arte que que te foi concedida, e a atenção dada na transformação da madeira, deu a peças simples um valor sentimental, aquecido nas famílias que as usufruíam, nesta Pombal ou em outras praças. Que Deus te dê a recompensa e também a paz.

Texto, Fernanda Karla Sousa Figueredo com contribuições de Paulo Sérgio.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Joaquim Cavalcante Formiga, 13 de setembro de 1926 a 18 de setembro de 2005

        Joaquim era natural de Pombal-PB, nascido e criado no Sítio Grossos, próximo a Comunidade de Várzea Cumprida dos Leites. Filho do casal Euclides Joaquim  Formiga e de dona Sancha Cavalcante Formiga, que tiveram 18 filhos , escapando apenas 12, todos criados pela saudosa Petronila Delfina(Petú). Nessa época de 1926, Pombal caminhava sob nova administração executiva, seu prefeito era Odilon José de Assis e o subprefeito, Francisco de Sá Cavalcanti (Livro, A Grande Pombal, pág.75).
Como as aulas eram particulares, estudou Joaquim, e seus irmãos nas casas dos arredores, cursando o que chamavam antigamente ensino primário.
Seu Joaquim trabalhou na agricultura sua infância e parte da sua juventude, na propriedade de seu pai, e em 1950 veio morar na rua (como si dizia antigamente), aonde montou a bodega para trabalhar morando por 03 anos no Bairro dos Pereiros, mas também continuou com suas atividades de agropecuarista, visitando com freqüência a propriedade.
Em 06 de Janeiro de 1951 casou com a jovem Maria Almeida Formiga e desta união nasceram os filhos, Maria de Lourdes, Socorro Formiga, Maria de Fátima(in memória), Joaquim Filho(Formiguinha, grande comerciante nos dias atuais), José Almeida, Marcos Formiga, Alberto Formiga e Almir, além de 14 netos e 04 bisnetos.
Já em 1953, compra o novo prédio para a sua bodega, localizada a Rua Argemiro de Sousa, 29 (quanto a Argemiro, foi o filho bastardo de uma negra pombalense, que na sua época estudou, e si formou em Ciências Jurídicas e Sócias na Faculdade do Recife em 1889, transformando-se em um dos maiores redatores, filho de Pombal, que trabalhou na capital do Estado, no Jornal Estado da Paraíba de propriedade do Partido Conservador. Seus ideais de Republicanos foram expressos com maior proporção apoiado por figuras como Castro Pinto e Epitácio Pessoa, Artur Aquiles e João Pessoa, relato do pesquisador Wilson Seixas no seu livro O Velho Arraial de Piranhas, pág.342), onde está localizada até os dias atuais sob a administração do seu filho Alberto. Alberto me revelou ser o seu pai Joaquim, muito bricalhão. Sempre nas conversas dos seus, saia ele com uma piada, arrancando alguns sorrisos dos filhos ou amigos que se faziam presentes, mas no máximo era calado. Agora Almir um de seus filhos, me revelou nestes termos, -`` As vezes agente assistindo a televisão, e papai sentado, na hora que aparecia uma jovem bem bonita,  bem charmosa aí ele dizia bem alto, essa morena me deve uma conta!``
Brincadeiras a parte, a realidade é que seu Joaquim passou para os seus, os valores até hoje seguidos a risca! Valores como a responsabilidade, honestidade e respeito aos outros.
Ao amigo Joaquim Cavalcante Formiga, o meu muito obrigado pelos 55 anos de serviços prestados a esta bela cidade na qualidade de Bodegueiro ao lado dos seus outros companheiros comerciantes, cada qual com sua especialidade e seu ramo, além de fiel e apaixonado agropecuarista, favorecendo ao progresso da nossa Pombal na figura do homem do campo (que alimenta até os dias atuais o país). Que Deus te conceda a sua recompensa e te dê a paz!
                                                                   Texto, Paulo Sérgio

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Tomaz Ferreira da Silva, 29 de dezembro de 1906 a 12 de dezembro de 1990


Filho do casal João Ferreira da Silva e Maria Francisca da Conceição, Tomazinho na intimidade, era natural da cidade de Catolé do Rocha- PB. Possuía poucas letras, apenas o primário, e quando moço viveu na agricultura, que era a ocupação mais abraçada por todos naquela época (e segundo Seu Eufrásio, duas coisas mantinham a subsistência do homem sertanejo naquele tempo, eram a Pecuária, com suas bacias leiteiras e a agricultura), ele também animava com seu fole de 8 baixos os diversos bailes da cidade de Catolé do Rocha, sua terra natal, e por Pombal, quando veio morar por aqui em companhia de sua mãe Maria no inicio do ano de 1932, por ocasião das obras da linha férrea que já havia chegado em Patos-PB, e si destinavam para essas bandas (marcando o inicio de um progresso e do desenvolvimento nestes sertões, antes da década de 30, pois foi a estação de Pombal-PB, inaugurada em 24 de outubro de 1932, segundo Jônatas Rodrigues, no blog Estações Ferroviárias da Paraíba).

Além do fole de 8 baixos, Tomaz era extremamente habilidoso com as máquinas dos mais variados tipos, que seriam futuramente sua ocupação principal, ele praticamente se tornou uma referência no ramo de prestação deste tipo de serviço na região, o conserto de máquinas. Lembro-me que quando eu era criança, mãe mandava minha tia na rua para chamá-lo. Mais tarde chegava minha tia dizendo: -`` Mãe, passei lá em Tomazinho, e ele só vem aqui amanhã!`` No outro dia, e às vezes até na mesma tarde,  ou ele ou seu filho chegava para olhar a máquina de costura de minha avó, e quando não descobria o defeito, retirava a parte de metal, que é o mais pesado naquele instrumento de trabalho, e deixava só a caixa de madeira com os pés de ferro, onde depois que eles saiam, eu ia brincar de carro jogando a Cia da máquina   para o lado e me sentado espaço do pedal, ia de um lado para o outro!
Em 1936, casou com a pombalense Judite Jacome de Araújo (ela era filha do casal Manoel Triburtino de Almeida e Maria Jacome de Araújo). Após o casamento foram morar na antiga Rua do Guindaste, que recebeu este nome devido à instalação de um velho guindaste a vapor e por lá ficou no período e tempos depois da implantação da linha férrea de 1932 a 1945 (Quiu lebrou que quando as pessoas começaram a construir suas casas, o ponto de referencia para dar aos amigos era próximo ao guindaste, daí o nome!).
Desta união nasceram Raimundo(Raimundinho), Francisco (Quiu de Tomazinho, seu sucessor na arte de consertar máquinas), Severino (Lozinho, in memória), e Francisca (vulgo, Buana).
Francisco lembra que nos horas de folga, seu pai abraçava o velho amigo, o fole de 8 baixos , e começava tocar em casa só para eles, matando as saudades de sua juventude e talvez quem sabe dos grandes bailes onde ele era a estrela principal, com seus companheiros. E lembrou de um fato relatando assim: -`` O primeiro prédio que papai começou a trabalhar em 1956, era ali vizinho aonde hoje é o Armazém dona Lourdes de Orlando, num passado próximo. E vizinho era a casa do Major Salgado, quando o padre Martinho, que na época era moleque, saía da escola e corria para vir brincar na oficina de papai, era certo todo dia! Ele entrava e começava a mexer nas coisas daí a pouco se melava todo de óleo! Com um pedaço a mãe dele sai a sua procura, e o encontrava lá dentro da oficina de papai, e não gostava da cena que via,  porque tinha de banhar ele óleo diesel para tirar o lubrificante das máquinas do corpo! Pode perguntar que ele confirma tudinho!`` E continuou: -``Em meados de 1960, a gente mudou para aquele prédio mais a frente, e lá estou até hoje, 51 anos de naquele local. O prédio é de um filho de João Osias(in memória), lá do Sítio São José dos Alves``.







A Tomazinho, pelos serviços prestados a esta cidade, como profissional da montagem da linha férrea, animador de bailes e renomado especialista das máquinas de costura, tirando tantas costureiras do prego, a fim de confeccionar as roupas dos pombalenses nas diversas ocasiões festivas, o meu muito obrigado! Com sua arte auxiliastes no processo de desenvolvimento desta Terra de Maringá, nossa Pombal! Que Deus te conceda a recompensa e a sua paz!


                                                                                                   Texto, Paulo Sérgio

domingo, 9 de outubro de 2011

Francisco de Sá Cavalcanti, 18 de junho de 1896 a 20 de fevereiro de 1968

        Nascido em território sousense seu Sá, na intimidade, era filho do casal Joaquim Dantas Cavalcanti e Joaquina de Sá Benevides. Quanto aos seus estudos não obtive registros, mas obviamente recebeu aulas particulares em virtude de seu pai ter boas condições financeiras. Veio para Pombal acompanhado de sua irmã Sinhazinha(esta era professora e não casou-se), no ano de 1921  .
Em 24 de julho de 1923  ou 1924, tomou por esposa a jovem Raimunda Queiroga de Sá na data com 14 anos, e deste enlace nasceram os filhos: Albaniza(in memória), Alba-Rosa (in memória, ao que consta era a mais danada no ramo político, pois vestia a camisa para defender os interesses da administração do pai, e chegou até a administrar a prefeitura de Pombal por um curto período de 10 dias. Foi funcionária do 2º  cartório de propriedade do seu tio Avelino Queiroga), ainda Albérico (in memória), Albiner, Alda(in memória), Albânia e Alberuza.
Homem decente, projetista e dono de uma visão de futuro foi nomeado em 1927 subprefeito e em 1928 elevado para o cargo de Prefeito, que Antônio José de Sousa cita nestes termos em sua Obra A Grande Pombal: `` instalou a Usina da Luz de Pombal, a qual era tida como, naquele tempo, a melhor instalação do gênero, existente no interior do Estado``. (A Grande Pombal, 1971, pag.75. Gráfica Comercial).
Wilson Seixas no livro O Velho Arraial de Piranhas, diz a seu respeito: ``Foi o sr. Francisco de Sá Cavalcanti, um dos mais dinâmicos Prefeitos do município de Pombal. Foi durante sua gestão que, pela lei nº03 de 23 de junho de 1936, criou-se o código de postura que ainda vigora com ligeiras modificações.``(O Velho Arraial de Piranhas, 2004,Pag.324, 2º Edição Ampliada e Revisada, Editora Grafset ).
Em 1930 estourou a revolução no estado (uma campanha contra o presidente do Estado, o famoso João Pessoa), liderados pelo Cel. José Pereira de Lima, em Princesa. Todos esse fatos concorreram para num futuro próximo abrir as portas para uma nova perspectiva política, uma vez que foi neste período, que as mulheres tiveram participação pelo voto na Constituite Nacional de 04 de maio de 1933( Vernek Abrantes no livro A Trajetória política de Pombal, 1999, Pag.70, Editora INNPRELL) e foi Seu Sá, o primeiro prefeito eleito constitucionalmente e com a participação feminina, em virtude da sua reputação de bom administrador! Vencendo por 19 votos o seu Adversário, nas eleições de 09 de setembro de 1935.
 Segundo Antonio José de Sousa (que foi secretário na administração de seu Sá), não satisfeitos com os resultados das cédulas amareladas, seus adversários foram até as últimas instancias do judiciário eleitoral, e foi o Supremo quem concedeu vitória a Francisco de Sá Cavalcanti do Partido Autonomista de Pombal,  que teve por coligados decisivos, o bloco político de Malta, Paulista e Lagoa(na época distritos do município de Pombal), além da força política de Dr. José Queiroga, José Avelino, Os Assis e os Bezerra.
Um trecho da música de sua campanha me foi revelado e era mais ou menos assim:

`` Carneiro quer ganhar
 mais quem não possa governar
 mais a maioria é nossa
e a prefeitura de Sá

De madrugada de longe eu vi
Os Carneiros si esconder
E os Queiroga aparecer...``

O verso acima citado e a mim, confidenciado, são resquícios da memória de uma criança de 6 anos na época dos comícios, por motivos justos hei de conservar sua identidade oculta por pedido particular seu. E lembrou mais: - ``Sá Cavalcanti, venceu sem ter dinheiro para gastar na campanha e foi o melhor prefeito que esta cidade já teve``!
Seu Sá era muito popular entre os seus, e originalmente nordestino que era, apreciava o gosto de uma boa cachaça, e o fazia nos mais variados estabelecimentos desta cidade que tão bem administrava! Disse Paulo Ney, sobrinho da esposa de Sá.
Construiu diversas coisas como por exemplo a Praça Getúlio Vargas(que é a mais extensa do estado, medindo 216 metros de cumprimento por 09 metros de largura, trabalho da turma da Professora Maria do Socorro Martins, da escola João da Mata), com uma estátua a meio busto do seu homenageado e a praça Dr. José Queiroga, que quando estava pronta recebeu uma estátua de corpo todo de Argemiro Figueiredo, amigo particular do administrador do município e interventor do estado da Paraíba, mas esta estátua foi destruída por Jandhy Carneiro ao lhe suceder o poder em 1940, nas caladas da noite ), todas as luminárias das respectivas praças foram colocadas, o Coreto também foi obra sua. Construiu a coluna da hora, e derrubou- a ao perceber que não estava elegante tão próximo do Coreto, reconstruiu-a onde esta situada hoje (claro que não chegou a ver concluídas todas as suas aspirações administrativas)!
Segundo Antônio José de Sousa que cita na Grande Pombal pag.90-91, Francisco de Sá, apresentou uma mensagem a Câmara Municipal de Pombal na cessão de 18 de junho de 1936, onde discriminou seu plano de governo, que incluía:

- Arborização da cidade de Pombal e do povoado de Malta;
-Instalação de um motor da luz em Malta;
-Construção de uma Praça no ponto mais pitoresco da cidade de Pombal;
- Aquisição de um trator;
- Aquisição de diversos móveis para a prefeitura;
- Fórum;
- Terminar a construção do mercado publico;
- Construção de um açougue moderno;
- Cercar o perímetro urbano;
- Colocar Mata-burros e cancelas;
- Construção de mercados em Lagoa, Malta e Paulista;
 -Construção de grupos escolares em Lagoa, Malta e Paulista;
- Pagar a empresa de luz débitos que a administração anterior havia deixado;
- Construção de um hospital de 2º andar para atender a população;
- Construção do açougue publico da cidade;
- Construção do parque infantil, entre outras obras de suma importancia.



Todas as obras, todas, foram erguidas com recursos próprios, pois na época era pouco o dinheiro arrecadado, e não havia contribuição dos entes da federação (salvo nos casos das secas através da emergência).
Maria Dalva, uma popular da cidade revelou-me uma gracinha de seu Sá: - ``Contam, que certa feita seu Sá ordenou que as taxas fossem cobradas de todos os feirantes, todos sem exceção! Daí José Vicente que era o encarregado pela cobrança foi cumprir as ordens delegadas pelo o gestor, voltando este lhe disse: - ``Cobrei de todo mundo seu Sá, com exceção de um vendedor de Papagaio!  Seu Sá, retrucou o gesto: - `` Não falei todo mundo?! Aí este revelou: -``Eu não sabia como colocar! Seu Sá bem serio olha para José Vicente e fala: - `` Colocasse verdura! Aí todo mundo caiu na gaitada, nem mesmo o Vicente se agüentou!
Francisco de Sá, aconselhado por seu amigo Argemiro de Figueiredo interventor do estado, recém destituído, renunciou, abandonando o cargo nas mãos de António José de Sousa(secretário de Administração), mas encarregado-o de concluir as obras iniciadas em sua gestão, não foi possível todas!
Apesar de sua reputação esta na boca do povo, seu Sá era muito na dele, tratava todos os filhos por meu filho ou minha filha, mas tinha enorme admiração por Alba-Rosa(citada anteriormente como politiqueira do pai), pois ela era pau para toda obra no campo político.
Depois de deixar a política, mudou-se para a cidade de Patos-PB, por lá viveu 12 anos, assumindo o cargo de diretor da Cia de Águas Rurais, diga-se de passagem que foi o ultimo diretor da referida companhia, pois mais adiante foi denominada CAGEPA(assumindo o seu cargo de diretor o Dr. Severino Pereira), e em 1959 se muda para a capital do estado e assume a direção do Departamento de Estradas e Rodagens(DER).
Vítima do Fumo e da bebida, caiu enfermo, chegou a fazer uma bateria de exames, inclusive, Albânia sua filha me revelou, que fizeram uma biópsia (Uma pulsão, ato onde o Dr. Augusto de Almeida, retirou um líquido do seu pulmão), por volta das 14h00min, e no mesmo dia partiu às 22h00min, seus últimos instantes sobre esta terra foi junto da família e de uma amiga deles que atendia pela alcunha de Pretinha, no Hospital Santa Isabel em João Pessoa-PB. Suas ultimas palavras foram com certeza, às ave-marias do terço que junto com os seus recitava lentamente, depois se declinou sem vida.
Após a noticia de sua morte, Chico Pereira, o governador João Agripino, Isaías, e Antônio Mariz (na data Secretário da Educação no estado), queriam trazer o corpo do grande prefeito para ser sepultado em nosso solo pombalense, mas sua esposa Raimunda, recusou-se  por motivos de já não haver ninguém seu por aqui, além do pouco reconhecimento que lhe fora feito em vida.
Em conversa com Ildo Arnaud (Prefeito de Pombal em 1976), ele me revelou que deu o nome de Francisco de Sá Cavalcanti, ao paço da Prefeitura Municipal de Pombal em 12 de novembro de 1976, por ser ele o maior administrador que Pombal já viu. Revelou ainda que muito material de construção ficou estocado para a conclusão das obras iniciadas por ele. Também Cândido Queiroga seu cunhado(primeiro Prefeito de Paulista-PB), deu este  nome a uma escola de ensino Fundamental naquela cidade, quando Maria Rita Q. Villar, era diretora.
A Francisco de Sá Cavalcanti, pelo dinamismo, coragem e honestidade( pois terminou seus dias como prefeito desta cidade da mesma maneira que entrou, com poucas condições), provando que é possível ser administrador de recursos públicos e não se beneficiar! O meu muito obrigado, e que Deus o faça merecedor das suas recompensas e te conceda a paz!
Texto Paulo Sérgio(citando as Obras de escritores pombalenses como A Grande Pombal, O Velho Arraial de Piranhas e A Trajetória Política de Pombal)